Marrakech Soukhs
- Marta Arnaud
- 13 de fev. de 2018
- 4 min de leitura
5h40 in the morning when I wake up hearing a fascinating arabic melody coming outside of the beautiful Riad Al Jazira.
I cannot understand a word they are saying but it just feels magic.
They call it “Salah”, the famous “Call to Prayer”.
An urge of exploring the city kicks in so I move to the indoor pool area of this incredible traditional and peaceful house for breakfast.
Eggs, Bread, Jams, Chutneys, Olives, my favourite Msemen pancakes, Tea and the best fresh Orange juice ever.
A truly delicious Moroccan breakfast giving me the exact amount of energy I need to start the day.
After exploring the inspiring Jardin Majorelle and the charming Berber Museum I decide to move to Djemaa el-Fna.
Even tough its December, the Sun is warm and brightens the typical desert-orange walls while I walk into the Soukhs.
As I am walking along these crowded tight streets I hear the locals calling me Shakira, trying to guess where I’m from.
Selling everything from beautiful cashmere scarves, silver jewellery and leather bags to oriental lamps, teapots and spices.
As I walk more and more, I realize how lost I am but that doesn’t even bother me as I’m so distracted with the warm colours of Moroccan tapestry, the oriental fragrances of cinnamon and saffron, all that people, those sounds, the music!
Time literally flies in this place.
After a game of bargaining, less money on my pocket and a good amount of miles walking, I decide to have a break and go back to Djemaa el-Fna.
It won’t be easy to find the right way to leave the Soukh so I use the Sun, which is almost setting, as a Guide, following it all the way to go back to the heart of the city.
As my ears approach the sound of the Raita pipes and the Darbuka drums I realize this Sun strategy actually worked.
I choose the most appealing terrace for Moroccan Tea.
While I sit and feel the heated spearmint leaves warming up my body, my eyes just gaze into all the bustle that is happening downstairs,
It’s a color, light and sounds vibrant and lively show. There are men with snakes and monkeys, henna paintings, music all over, people laughing and dancing,
To finish the day and after some research I decide to visit Azar for dinner. As I walk in I realize how incredible that place is, definitely one of the best restaurant’s ambiance ever.
The lights are low, very low, almost only candles lighting the place. There are couples, families and friends gathered, listening to the sound of some musicians playing Oud.
I move to the Mezzanine floor for a pre-cocktail while I smoke watermelon shisha and then downstairs for a delicious Lamb Tagine with honey apricots and almonds.
As I am tasting this delicious dish along with Domaine de Sahari, a Moroccan wine with a red-fruity subtle taste, when suddenly I am surprised with an amazing belly dancing show to the energetic beat of the drums closing the evening.
5h40 da manhã quando desperto ao som de uma melodia árabe que ecoa pelo Riad Al Jazira.
Não consigo reconhecer uma única palavra mas enche-me o coração.
Chamam-lhe de “Salah”, a chamada para a oração.
Uma vontade de ir à descoberta atesta-me de energia e sigo para o atrium tomar o pequeno almoço...Marroquino claro, onde pelo meio das azeitonas, compotas e chutneys, peço mais dois Msemen, as panquecas que acabaram de se tornar as minhas favoritas e um segundo copo de sumo de laranja porque são só as melhores laranjas do mundo e eu preciso de mais um trago antes de sair.
Deixo o Riad para mais tarde a ele regressar e penso como são incríveis estes Riads, estas casas típicas Marroquinas que fogem ao frenesim da cidade, gerando e guardando uma paz que só sabe quem pelas suas portas entra.
Exploro o verde dos jardins Majorelle e os encantos do museu berbere.
Estamos em Dezembro. Não sinto frio, sinto o calor do Sol que me aquece e ilumina as paredes de um laranja-cor-de-deserto, enquanto caminho em passos lentos para os Soukhs.
Turbilhão de vozes locais que enchem as ruas, tentando desvendar os meus traços e descobrir de onde venho.
Já não sei onde estou nem como volto mas pouco me interessa, tal é a distração perante todo um mundo novo de cores quentes, aromas orientais e sons distintos que vou descobrindo.
Canela e açafão perfumam o ar. Lamparinas, vestimentas e tapeçaria pintam as ruas. Músicas e vozes agitam os lugares.
Por ali me perco no tempo.
Depois de uma carteira meia esvaziada, de sacos carregados e de varias milhas caminhadas a pé, decido regressar a Jemaa El Fna.
Mas e agora?
Cada vez que pergunto a alguém como saio daqui, acabo embrulhada em lenços de Cachemira ou atolada de serviços de chá do irmão de um meio primo do primo de um dos locais que de forma hábil me dão a volta e me contornam os caminhos.
Escolho então o Sol como guia. São quase 6 da tarde e os meus passos correm apressados na sua direção para que este não se desvaneça e me leve de volta ao coração da cidade.
Oiço os batuques dos Darbuka e sei que estou no sitio certo, onde encantadores de serpentes, macacos, senhoras que leem a sina, criam arte e pintam henna nas mãos tomam conta deste incrivel lugar.
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